segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Projeto "Centenário da Guerra do Contestado 1912-2012"

O Projeto consiste na apresentação de slides, para os alunos, para lembrar a Guerra do Contestado quando esta completa 100 anos em 22 de outubro de 2012.


Professor Cristóvão J. Schneider 










O Projeto deve envolver todas as disciplinas possíveis.

Os slides são apresentados por professor (a) ou professores (as) da disciplina de História e os demais professores (as) das demais disciplinas envolvidas aplicarão a seus alunos atividades relacionadas.

Possibilitar o envolvimento dos alunos no projeto, tais como: trazer documentos, fotos, utensílios  armas, lembranças da época encontradas com a família, causos que ouviram sobre o tema, histórias sobre personagens (monges).

A Guerra do Contestado


A Guerra do Contestado foi um marco em nossa política, pois mostrou a existência e a força de um povo que vivia esquecido pelos governantes.
A Guerra do Contestado trata de um conflito que opôs de um lado as forças dos governos federal e dos estados do Paraná e Santa Catarina e, de outro, milhares de camponeses, numa região contestada pelos dois estados, situada entre os rios negro e Iguaçu ao Norte, Uruguai ao sul e a fronteira com a Argentina. Isto entre os anos de 1912 e 1916. Os camponeses posteriormente a ser chamado de Jagunços, por terem se rebelado contra uma série de fatores que afrontava sua dignidade. Sua simplicidade e ignorância contrastava com o "progresso" que traria a "estrada de ferro", uma das causas que provocaria a revolta sertaneja.
Por um acordo governamental para viabilizar a construção da ligação ferroviária São Paulo - Rio Grande do Sul, no trecho catarinense, foi cedida a exploração da floresta para extração da madeira e da terra para colonização, numa extensão de 15 Km de cada lado do eixo ferroviário. Isto causou um impacto no habitantes locais com sérios reflexos em sua cultura e hábitos, gerando descontentamento e insegurança. Na mesma região pairava uma dúvida quanto as divisas territoriais de Santa Catarina com o Paraná e do Brasil com a Argentina. Com isso, colonos de cada descendência eram estimulados a ocupar a terra, como forma de marcar presença e posse do território.
Neste ambiente de falta de estrutura e condições, o conflito social se agitou com tempero de miticismo por monges e curandeiros, que se tornaram alicerce espiritual e social, já que   eram buscados para curas e para mais diversas necessidades dos camponeses. 
Dentre eles destacaram-se os monges João Maria de Agostinho, João Maria de Jesus e José Maria de Agostinho. Com este último, os sertanejos organizados no interior de Curitibanos, comunidade de Taquaruçu, no lado catarinense da disputa com o Paraná, entraram em conflito com as forças políticas locais e acabaram cruzando a divisa provisória (Rio do Peixe) para refugiar-se em Irani, que de acordo com a divisa provisória pertencia ao Paraná. o governo paranaense considerou como invasão de seu território e enviou tropas para prender os "invasores".
O combate foi inevitável. Cercados na região de Irani morreram, além de sertanejos e militares, o monge José Maria e o comandante das tropas paranaenses Coronel João Gualberto em outubro de 1912. Eusébio Ferreira  dos Santos passou a comandar os adeptos do monge morto.
O monge havia profetizado que morreria numa batalha e que voltaria dali a um ano. Teria dito para Rocha Alves, Chico Ventura e Euzébio, que não o acompanharam a Irani.

"Eu vou começar a guerra de São Sebastião em Irani, com meus homens que lá me esperam. Mas olha Euzébio, marque bem o dia de hoje. No primeiro combate sei que morro, mas no dia em que completar um ano me esperem em Taquaruçu que eu venho com o grande exército de São Sebastião". *

A Guerra santa de São Sebastião já havia sido prevista pelo monge João Maria vinte anos antes.
Os seguidores do monge, foragidos, espalhados pelo interior, difundem a crença na sua ressurreição.
Em finais de 1913 caravanas de seguidores do monge José Maria rumavam para Taquaruçu. lá, Manoel, um dos muitos oráculos que viriam, dizia ter contatos regulares com o monge morto do qual recebia e transmitia as ordens ao povo.

Alertado, o governo catarinense tomou providências para a dispersão dos fanáticos. No dia 29 de dezembro efetuou o primeiro ataque a Taquaruçu. Mal planejado, o ataque retumbou em derrota do exército que teve de bater em retirada.

Esta primeira vitória animou as sertanejos e reafirmou sua fé no monge e em São Sebastião, porém, outras batalhas viriam.

Em 1916, já exauridos, doentes, famintos, em número reduzido os caboclos  de renderam às forças militares comandadas pelo experiente General Setembrino, perito em ações como liquidação de rebeliões. Neste ano foi assinado o "Acordo de limites" entre Paraná e Santa Catarina, definindo os atuais contornos dos dois estados.

O "Acordo de Limites" propiciou a colonização do Território Contestado, atraindo para cá brasileiros, imigrantes e descendentes de imigrantes italianos, alemães, poloneses, japoneses, diversificando a cultura e os hábitos, dando à região as características atuais.

*AURAS, Marli. Guerra do Contestado: A Organização da Irmandade Cabocla. Editora da UFSC - Cortez Editora, Florianópolis (SC), 1984, 73p.  



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